Redução no ritmo de aumento da Selic foi acertada, afirma CNI
Alta de 1 ponto percentual compromete menos a recuperação da economia; O momento atual exige cautela na política monetária
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera acertada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, pela redução do ritmo de aumento da taxa básica de juros (Selic), para 1 ponto percentual. De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a elevada incerteza no cenário internacional e o enfraquecimento da atividade econômica pedem cautela e redução do ritmo de elevação da taxa de juros.
“Um ritmo menor no aperto da política monetária compromete menos a recuperação da economia. O momento é de cautela. Além disso, a taxa de juros definida é suficiente para dar continuidade à trajetória esperada de queda da inflação até o final deste ano”, explica o presidente da CNI.
Antes mesmo da reunião do Copom de hoje, a taxa real de juros da economia brasileira, de 5,1% ao ano, já estava acima da taxa de juros real neutra, estimada em 3,5% ao ano. O Brasil passou a ter uma política monetária contracionista, que limita a atividade econômica, ao mesmo tempo em que deve desacelerar a inflação.
A CNI avalia que há dois fatores adicionais que vão ajudar a conter a inflação: a valorização do real em relação ao dólar e a recente redução nas alíquotas do IPI, que deve reduzir, ou pelo menos desacelerar, os preços dos produtos industriais.
O conflito na Ucrânia, por sua vez, pode trazer nova pressão sobre a inflação, mas também deve afetar negativamente o crescimento econômico brasileiro nos próximos meses, com o enfraquecimento das exportações e a escassez de insumos. “Esse é mais um elemento de risco a expansão do PIB deste ano”, explica o presidente.