Roubo de cargas na América Latina

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Em 2017, foram mais de 147 milhões de dólares em perdas

Cada vez mais fortalecido no Brasil, o gerenciamento de riscos na área de transportes e logística passou a ser valorizado também por outros países. Modelos usados no Brasil já se tornaram referência mundial nessa prática em países como México e Argentina, e mais recentemente, o Chile.

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Nesse país, que ocupa uma longa e estreita faixa costeira entre a Cordilheira dos Andes e o Oceano Pacífico, 95% do transporte de cargas é realizado por rodovias. Sua capital, Santiago, está em uma região estratégica e representa uma ponte para escoamento da produção da América do Sul, que precisa chegar até o Oceano Pacífico, em direção ao mercado asiático. Portanto, é um mercado extremamente importante para nós e diversos vizinhos latino-americanos.

Ao mesmo tempo em que o modal rodoviário tem uma grande importância para o país, ele está mais vulnerável a um problema muito conhecido por nós: roubo de cargas e acidentes nas estradas.

Em 2017, foram mais de 147 milhões de dólares em roubos de cargas, já que os produtos percorrem um longo caminho até o porto de Santiago. Dessa forma, uma carga que sai do Brasil até o porto do Chile leva, em média, cinco dias de viagem. Em um mês, são realizados mais de 30 mil embarques vindos do sudeste do Brasil; já pelas fronteiras, são mais de 800 mil embarques por ano e, considerando as viagens nacionais, ultrapassam 1,2 milhão mensais.

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Entre as cargas mais visadas pelas quadrilhas, estão alimentos, grãos, pescados, frutas, sementes, vinhos, carne, eletrônicos, cobre bruto, cigarros e combustíveis. Dependendo da região, há produtos que são mais visados, porém, essa lista mostra o quanto a prevenção é importante para evitar sinistros e prejuízos.

Por isso, as empresas chilenas estão recorrendo à tecnologia para evitar esses problemas, tendência que crescerá nos próximos anos, assim que a cultura do gerenciamento de riscos se fortalecer no país.

De qualquer maneira, é importante que os países latino-americanos se deem as mãos para que, juntos, possamos combater o roubo de cargas. Não é só o Chile o Brasil que enfrentam o problema; Argentina, Peru, Colômbia, Venezuela e México têm sofrido com o sinistro. Por isso, precisamos fortalecer, cada vez mais, o uso dos planos de gerenciamento de riscos e a tecnologia para combater a criminalidade e permitir que o comércio flua livremente, com segurança não só para as cargas, mas também para motoristas.

*Artigo de Cyro Buonavoglia, 69 anos, com vasta experiência em comércio e indústria, formado em administração de empresas pela Faculdade Dom Pedro II, atuou nas áreas de indústria e comercio e fundou há 23 anos a Buonny Projetos e Serviços, que se transformou em um conglomerado de empresas, que busca atender com eficácia o mercado nos segmentos de logística, saúde, tecnologia e energia fotovoltaica. O executivo também fundou as entidades: Gristec e SindiRisco. Atualmente como Presidente do Grupo Buonny, sua principal meta é avançar com o crescimento das empresas que compõe o grupo, por meio de investimentos em tecnologia, que aumentam a qualidade dos serviços prestados na mitigação de riscos.

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