Sindicato dos Corretores: ruim com, pior sem eles

Confira artigo exclusivo de Arley Boullosa, Diretor de Ensino do Sincor-RJ

Os Sindicatos dos Corretores de Seguros começam a agonizar. A semana começou quente nas redes sociais. Recentemente escrevi que “corretores que comemoraram o fim da contribuição sindical obrigatória e não são associados aos Sindicatos, ficam pedindo ajuda contra cooperativas, associações de proteção veicular e venda direta de seguros realizadas diretamente pelas seguradoras”.

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Não estou recuando de meu posicionamento, mas acredito que seja importante ‘tocar na ferida’. Fico muito satisfeito em perceber que o que escrevo gera alguma reação em uma categoria onde grande parte parece ‘anestesiada’, sem enxergar o que está por vir.

Estamos em um momento em que os Sindicatos de Corretores de Seguros de todo País enfrentam um grande desafio de se reinventar em função da queda de arrecadação. Muitos não conseguirão ou ficarão reduzidos. Muitos estão em situação difícil por não possuir representatividade, é verdade. A maioria poderia ter escrito uma história diferente e falharam.

Sempre tive críticas ao Sincor, em função do que ouvia. Fui segurador por 21 anos e sou sócio de corretora há quase 7. Fui contratado pelo Sincor-RJ para cuidar do ensino e qualificação profissional dos corretores, em função da minha experiência como professor da Escola Nacional de Seguros e relacionamento com os corretores.

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Coordenador de MBA de Seguros EAD, que será lançado no primeiro semestre, sou ainda sócio da Dino, uma agência de marketing digital. Sou sócio, ainda, da Resolve Sinistros, e do site Panorama Seguro, além da SegFlix, que entra no ar também no primeiro semestre. Ainda sou fundador da Kuantta, uma consultoria que presta serviços para seguradoras e corretoras de seguros.

Nos últimos dois anos tenho me dedicado a ajudar os corretores do Rio de Janeiro à frente da Diretoria de Ensino do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro e o esforço foi reconhecido após o resultado das eleições, realizadas no final de 2018, onde fomos reeleitos pelos profissionais da corretagem para mais um mandato.

Fico impressionado com aqueles que insistem em apenas criticar, mas não participam de absolutamente nada do Sindicato e fazem oposição por “pirraça”. Alguns, parecem ficar o dia inteiro me acompanhando nas redes sociais.

Alguns corretores, que sempre estiveram na oposição, e que aparecem 3 meses antes da eleição para montar uma chapa e concorrer, nunca fizeram qualquer trabalho para ajudar os corretores. Estão, agora, comemorando as dificuldades que os sindicatos estão passando e torcendo por seu fim.

Como ter uma categoria mais forte e representativa com sindicatos patronais fracos? Quando o novo governo chegar ao mercado de seguros alguém acredita que tudo continuará como está?

Um governo liberal quer arrecadar impostos, fazer a economia girar e nosso sistema de seguros possui uma penetração baixa na população. A participação no PIB é menor que a média mundial. Como ficará a regulamentação do setor? Quem vai poder vender seguros?

Semanalmente vemos novos agentes entrando em nosso mercado e vendendo seguros. Os corretores de seguros são concorrentes e não são, ou não deveriam, ser inimigos. Podem ter certeza que o enfraquecimento e fim dos Sindicatos de Corretores interessam à muitos, menos a maioria da categoria.

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