Startups de impacto que estão transformando a saúde no Brasil

Soluções aceleradas pelo BNDES Garagem, programa desenvolvido em parceria com o Consórcio AWL (Artemisia, Wayra e Liga Ventures)

Nos últimos anos, o número de healthtechs, startups com soluções em tecnologia para a saúde, vem crescendo no Brasil. De acordo com relatório da Liga Ventures e PwC Brasil, 520 startups estão ativas no País. Elas estão divididas em 35 categorias, sendo as principais as de gestão de processos (6,92%); planos e financiamento (6,54%); bem-estar físico e mental (6,15%); buscadores e agendamentos (5,96%); exames e diagnósticos (5,77%).

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A seguir, conheça quatro startups, que já passaram ou que contam com a aceleração do programa, que estão ajudando a transformar a saúde no Brasil por meio da tecnologia:

Central da Visão

Fundada em 2017, a Central da Visão utiliza horários vagos de cirurgiões oftalmologistas para encaminhar pacientes para operar a visão com condições facilitadas de pagamento, segurança e qualidade. Pioneira no setor, a healthtech atende a demanda de cirurgias de todas as subespecialidades oftalmológicas. Presente em 13 estados do Brasil (SP, RJ, MG, PR, SC, MT, MS, PE, BA, CE, PA, AM, PI) e no Distrito Federal, a startup conta com 52 clínicas afiliadas. Já realizou mais de 12.000 cirurgias de visão, 4 mil delas apenas em 2023 e com expectativa de encerrar o ano com cerca de 7 mil cirurgias realizadas.

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Entre os principais diferenciais da Central da Visão estão a alta taxa de conversão cirúrgica: a cada 100 pacientes que comparecem em consulta de catarata, 68 operam, com um NPS de 93%. “Ajudamos quem não tem plano de saúde a operar a visão em uma clínica particular em condições mais acessíveis. Três quartos dos brasileiros estão neste grupo e estima-se que meio milhão deles aguardem cegos ou com baixa visão por uma cirurgia no SUS. Estamos alinhados a 5 ODSs da ONU. Geramos R$ 19,20 de impacto social a cada R$ 1,00 de cirurgia realizada. Em 2023, foram R$ 70 milhões em impacto positivo no Brasil”, explica Marta Gomes Luconi, CEO e cofundadora da Central da Visão.

Após a participação no BNDES Garagem, a startup recebeu aportes de três grupos de investidores anjo: Gávea Angels, Hangar 8 Capital e 4AM Capital. “Assim como os investidores, as clínicas passaram a nos ver de outra forma. A consequência foi uma bem estruturada expansão nacional. Atualmente, estamos com rodada aberta de captação série A. Nosso objetivo é realizar mais de 100.000 cirurgias de visão nos próximos cinco anos no Brasil e expandir para novas especialidades médicas”, complementa Marta.

VenLibre

A VenLibre facilita o acesso à prevenção ao HIV ao realizar consultas online sete dias por semana, com disponibilidade de agenda para o mesmo dia. A startup é especializada na orientação e acolhimento para prevenção e tratamento do HIV e outras ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis). Um das frentes de atuação, é entrega de insumos como a PEP (Profilaxia Pós-Exposição de Risco), quando alguém tem relações sexuais desprotegidas; PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) tomada de comprimidos antes da relação sexual, permitindo ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV; além do autoteste de HIV; pedido de exames de rastreamento e acompanhamento.

Entre os diferenciais da healthtech está a produção de conteúdo científico educativo com linguagem acessível nas principais redes sociais, que já impactou mais de 500.000 pessoas. “Nosso foco é em saúde populacional para ajudar a reduzir a taxa de incidência de HIV no país. Para isso, buscamos desenvolver liderança e precisão do conhecimento técnico; sigilo e acolhimento; com rapidez nas teleconsultas e delivery para o mesmo dia”, afirma Priscila Baptistão, CEO e cofundadora da VenLibre.

Atualmente a startup atende o estado de São Paulo, a cidade do Rio de Janeiro e a capital federal, mas tem sido procurada por pessoas de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia. Já captou cerca de 1.300 pacientes únicos, com NPS de 95%, e tem a meta de alcançar 2.500 pessoas até o fim de 2023, por meio dos atendimentos on-line. “O próximo passo, com a aceleração do BNDES é organizar e padronizar a empresa para que ela esteja pronta para obter captação de recursos que possibilitem ganho de escala e alcance, sem perda de qualidade ou de valores estruturais da empresa”, completa Rico Vasconcelos, CSO e cofundador da startup.

NoHarm.ai

A NoHarm.ai é uma startup que conta com a ajuda de diversos voluntários para fazer a implantação do Sistema Inteligente de Farmácia Clínica nos hospitais. Por meio de inteligência artificial, a startup criou dois algoritmos para otimização da validação farmacêutica para priorização de prescrições fora do padrão e identificação de pacientes críticos. A partir da vinculação dos dados é indicado onde estão os potenciais erros, aumentando a qualidade assistencial e a eficiência hospitalar. A startup está presente em 46 cidades de 15 estados do Brasil.

“Alcançamos a marca de 700 mil pacientes impactados, recebendo mais segurança no seu cuidado. Captamos 20 novos hospitais neste ano, impactando mais de 20 mil leitos todos os dias. A meta é captar outros 10 hospitais ainda em 2023. Com o Garagem, nossa expectativa é conseguir mais doações para continuar levando as soluções de forma gratuita para o SUS e captar novos hospitais privados como clientes”, afirma Ana Helena Ulbrich Diretora e Farmacêutica Responsável Técnica e cofundadora da startup, ao lado de Henrique Dias, Presidente da NoHarm.

Bio

O Bio é uma plataforma que pretende resolver 85% dos problemas de saúde de forma remota, conectando equipes de saúde da família aos usuários cadastrados. Com foco B2B, a healhtech oferece pacotes para que planos de saúde, empresas médias e grandes e prestadores de serviços ligados à Medicina do Trabalho ofereçam acesso à saúde primária e cuidados aos seus beneficiários. “A maioria das pessoas não têm um médico ou profissional de saúde de referência, que possam acionar a qualquer momento para tirar dúvidas, perguntar sobre medicação, ou até mesmo ajudar em um momento de necessidade, com algum sintoma ou doença e acabam utilizando os serviços de saúde de forma errada, indo por exemplo ao Pronto Socorro como a porta principal de entrada tanto para o sistema público quanto para o privado”, explica Carlos Braga, Médico de Família, CEO e fundador do Bio.

O Bio quer tornar essa entrada mais acessível. Atualmente, está em mais de 500 cidades, espalhadas por todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, além de atender colaboradores de empresas clientes que viajam para fora do Brasil a trabalho. A base de usuários da plataforma cresceu 90% até agosto deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado e a meta da startup é aumentar este percentual para 120% até dezembro de 2023, passando a atender mais de 3 milhões de pessoas. “Acreditamos que a tecnologia encurta a distância do paciente com a equipe de saúde, conectando o cuidado humano e humanizado. Com a aceleração do Garagem, fizemos ajustes e revisões internas para impactar cada vez mais clientes e usuários no cuidado à saúde no Brasil”, encerra Carlos Braga, fundador do Bio.

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