Crise impulsiona contratações de seguro com serviços de assistência

Com quadro de corte de gastos, consumidores têm dado maior importância à adesão de serviços à cobertura de produtos. Nesse cenário, seguradoras estão apostando mais forte no segmento

O momento de corte de gastos dos brasileiros ante as dificuldades econômicas do País tem impulsionado o uso de serviços de assistência oferecidos em seguros. No começo de 2016, essas contratações já haviam avançado 39%. E deverá crescer ainda mais.

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De acordo com Almir Fernandes, presidente da MAPFRE Assistance, braço do Grupo BB e MAPFRE, é normal que, no atual cenário econômico instável do País, as pessoas “apertem um pouco os cintos e gastem com mais estudo e cautela”, o que impulsiona o uso desses serviços em vez de contratos à parte.

“É uma prevenção contra gastos fora de época. Além disso, ao passo que as pessoas buscam por mais comodidade e proteção, o setor de assistência tem ganhado visibilidade e importância para um estilo de vida cada vez mais exigente e rápido dos dias atuais. O grande destaque é justamente a proposta de soluções segmentadas aos mais diferentes perfis de consumidores”, identifica o executivo da empresa especializada na oferta de assistências para negócios como montadoras multinacionais, seguradoras e instituições financeiras no País.

Apesar da gama bastante diversificada de seguros nos quais esse tipo de assistência é oferecido, os produtos mais populares são os residenciais e de automóveis. Para os especialistas ouvidos pelo DCI, no entanto, ainda falta a cultura do brasileiro se adaptar ao mercado segurador.

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Icatu Seguros no JRS

Segundo dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNseg), no acumulado até maio deste ano, a arrecadação do mercado com seguros patrimoniais cresceu 10,7% em relação a igual período de 2015. A cobertura para automóveis, no entanto, decresceu 2,6% na mesma base de comparação.

Para Nicholas Weiser, diretor executivo da Lockton Brasil, uma das análises necessárias diz respeito não só ao preço entre seguradoras, mas do serviço quando contratado à parte, que muitas vezes sai muito mais caro do que se contratado junto a um seguro.

“A vantagem de customizar e adicionar no produto aquilo que melhor se adapta às necessidades do contratante, é o que tem ajudado a chamar atenção. Além disso, é importante analisar preços e ler as coberturas, porque do mesmo jeito que os serviços de fora saem mais caros, não adianta você contratar algo e acabar esquecendo ou não sabendo que tem”, explica o diretor.

O presidente da MAPFRE Assistance ressalta que sempre é importante consultar as companhias a respeito dos produtos contratados. “Mesmo que a assistência tenha como fim fornecer serviços de comodidade e emergência, a máxima da prevenção é pregada pela companhia e, assim, o número de chamados permitidos pode variar. É aconselhável acionar a equipe de atendimento, que então dará todo direcionamento”, completa Fernandes.

Seguradoras

De acordo com Weiser, não somente o setor tem se destacado para os consumidores, como tem também ganhado força entre as seguradoras.

“A concorrência é muito forte, com uma guerra de preços constante e o mercado precisa crescer. O desafio das seguradoras e corretoras é alcançar o público que não contrata, e é o diferencial de serviços oferecidos que agrega valor a diferença no final. Pelo baixo custo que a assistência tem em massa, você já vê muita seguradora entrando forte no segmento e já enxergando a tendência do mercado”, afirma o executivo.

Para os especialistas, o espaço de crescimento não só dos serviços mas do mercado segurador como um todo ainda é muito grande, com “muitas coisas para desenvolver e progredir no segmento”.

“O setor está em plena ascensão e enfrenta, tal como outros mercados, uma fase de reinvenção de posicionamento e de proposta de serviços. Sairá na frente quem conseguir oferecer a melhor experiência para o cliente entre tudo isso”, reforça Fernandes.

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