Efeitos colaterais da retomada econômica nos EUA geram mais pressão sobre o Copom

Diante dessas condições, a elevação da taxa básica de juros brasileira está cada vez mais próxima

A política monetária expansionista, um novo pacote de estímulo fiscal de quase US$ 2 trilhões a caminho e o progresso da vacinação têm gerado, nas últimas semanas, revisões sucessivas das projeções de crescimento da economia americana para 2021.

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Normalmente, um crescimento mais forte dos EUA é também boa notícia para o resto do mundo. Apesar da maior demanda global por produtos e serviços, a recuperação mais rápida da economia norte-americana pode gerar alguns efeitos colaterais. De um lado, os EUA receberiam mais capitais externos, aumentando a demanda pelo dólar (USD) e, consequentemente, enfraquecendo outras moedas ao redor do mundo.

Adicionalmente, essa recuperação mais rápida poderia gerar pressões inflacionárias maiores e mais cedo do que se imaginava. Essa perspectiva elevaria as taxas de juros de médio e longo prazo nos EUA, sendo outro fator de fortalecimento do USD frente às demais moedas.

Dólar norte-americano mais forte e juros mais altos no exterior se juntam a uma situação fiscal doméstica preocupante, compondo um quadro que reduz a capacidade do Copom de esperar por mais dados sobre a atividade interna para iniciar o ciclo de alta da Selic. Diante dessas condições, a elevação da taxa básica de juros brasileira está cada vez mais próxima.

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