Repatriação assegura superávit em outubro

Economia para pagar juros soma R$ 39,5 bilhões, segundo Banco Central

Após cinco meses no vermelho, o Brasil voltou a apresentar uma trajetória positiva em suas contas públicas em outubro, quando superávit primário atingiu desempenho recorde, graças a receitas extraordinárias, sem ser suficiente, porém, para melhorar a dívida pública consistentemente. Resultado: a economia feita para pagamento de juros da dívida ficou em R$ 39,589 bilhões, segundo o Banco Central.

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Para o BC, o programa de regularização de ativos no exterior, ou seja, a repatriação, garantiu um acréscimo de R$ 47 bilhões aos cofres públicos. O setor público consolidado – governo central, Estados, municípios e estatais- superou as expectativas de analistas, atingindo o melhor desempenho mensal da série histórica iniciada pelo BC em dezembro de 2001.

O superávit primário do governo central (governo federal, BC e INSS) foi R$ 39,127 bilhões em outubro, enquanto Estados e municípios geraram saldo positivo de R$ 296 milhões, e estatais, R$166 milhões. No acumulado do ano, as contas públicas seguem negativas, com déficit primário de R$ 45,912 bilhões. Em 12 meses, o rombo é de 2,23% do Produto Interno Bruto (PIB).

Via repatriação, o setor público gerou superávit nominal -receitas menos despesas, incluindo pagamento de juros- de R$ 3,384 bilhões, o primeiro resultado no azul desde abril de 2015 (R$ 11,232 bilhões). Para o ano, a meta fiscal é de déficit de R$ 163,9 bilhões para o setor público consolidado, 2,6% do PIB. Apesar da ajuda extraordinária com a repatriação, o governo espera o pior resultado já registrado pelo País e o terceiro seguido no vermelho. Em outubro, a dívida líquida brasileira avançou mais um pouco, alcançando 44,2% do PIB, ante 44,1% de setembro. Já a dívida bruta caiu a 70,1% no mês passado- em setembro ficara em 70,8%.

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