Riscos climáticos e o mercado de seguros

Por Rodolfo Bokel, sócio da Globus Seguros

Catástrofes climáticas têm se tornado cada vez mais frequentes e graves nos últimos anos, causando perdas econômicas e sofrimento humano. Os últimos acontecimentos acenderam o sinal de alerta para o mercado de seguros. Por sua importância e urgência, o setor tem realizado um movimento cada vez mais importante para gerenciar e assumir riscos, a fim de ressarcir clientes vítimas de incêndios florestais, inundações, ciclones, e tanto outros imprevistos.

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O seguro de riscos climáticos pode oferecer uma variedade de coberturas, dependendo do contrato específico e das necessidades do segurado. Os serviços oferecidos podem variar de uma seguradora para outra, mas, geralmente, incluem danos físicos como: quebra de safra, despesas de prevenção e mitigação, perda de lucro líquido, despesas de limpeza e remoção de detritos, além de interrupção de negócios, transporte e logística, responsabilidade civil e cobertura de propriedade

Neste setor de seguro climático, o sinistro mais comum está relacionado a danos físicos causados por eventos climáticos adversos, como tempestades, inundações, granizo, tornados, furacões e outros desastres naturais. Esses eventos podem resultar em danos a propriedades, culturas agrícolas, equipamentos e infraestrutura. Além disso, os sinistros relacionados à agricultura, como quebra de safra devido a condições climáticas desfavoráveis, também são frequentes nesse tipo de contratação.

De acordo com o estudo “Allianz Risk Barometer”, divulgado pela Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS), no nosso país as catástrofes naturais ocupam o segundo lugar no ranking de maiores riscos para as empresas brasileiras. Como fazemos parte de um país continental e os eventos climáticos estão cada vez mais frequentes, é necessário estar preparado para enfrentar condições adversas. Para o mercado de seguros, é necessário se adaptar e buscar novos modelos preditivos, além de expandir as ofertas. Ainda segundo o levantamento, só em 2021, as perdas globais por catástrofes seguradas superaram os US$ 100 bilhões, o que tem sacodido o mercado de seguros.

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O que estamos vendo no mercado segurador é uma diminuição de capacidades para algumas coberturas, como inundação, por exemplo, e até mesmo uma recusa por esse tipo de risco, dependendo da localidade. Esses modelos de seguros deveriam ser obrigatórios no Brasil. Hoje, os segurados que contratam são os que estão nessas áreas de risco.

Relacionado ao momento da avaliação dos custos, as seguradoras sempre irão precificar pela localidade por meio de softwares especializados, que conseguem medir incidência de chuvas e se está perto de algum rio, altitude, e condições em que esse imóvel está e quais os riscos iminentes.

Atualmente, temos visto uma procura maior por esse tipo de cobertura, e por outro lado, as seguradoras estão restringindo produto. É importante que o consumidor fique atento e, antes da contratação, verifique se os seguros estão cobrindo todos os riscos que necessita. Ter um profissional qualificado para entender o cenário, orientar o cliente na hora da contração e auxiliá-lo é fundamental. As seguradoras terão de estudar estratégias de atuação por meio das quais possam minimizar os efeitos de eventos climáticos extremos nos bens segurados. E isso, claro, precisa contar com o desenvolvimento de tecnologias e processos de gerenciamento de riscos.

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