Especialista aborda impactos do Open Insurance no mercado brasileiro

Confira artigo de Iza Thereza, especialista de produto Open Insurance e Product Owner da Zappts

Iza Thereza é especialista de produto Open Insurance e Product Owner da Zappts / Divulgação
Iza Thereza é especialista de produto Open Insurance e Product Owner da Zappts / Divulgação

O universo do open está cada vez mais presente no dia a dia dos brasileiros, como o open: banking, finance, health, data. Agora, chegou a vez do open insurance, que envolve o mercado de seguros, de modo a oferecer novos desafios e vantagens para os consumidores e as empresas.

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Basicamente, esse novo termo tem sua importância no processo de digitalização de modo geral, visto que o open insurance ajuda a encurtar as jornadas de consumo, otimiza a relação custo-benefício e gera inteligência de negócios – graças ao uso correto de dados.

Com sua implementação, a área de seguros será diretamente impactada, pois vai melhorar o custo-benefício das operações, trazendo maior agilidade, segurança e transparência na relação entre cliente e seguradora. Além disso, a tecnologia terá um papel fundamental na inovação do setor e ao longo da jornada de compra do cliente, impactando diretamente na experiência do usuário.

Os três principais desafios para a implementação do open insurance serão:

  1. Redefinição das jornadas de experiência digital com os stakeholders: o open insurance vem para redesenhar o papel de todos os envolvidos no mercado, possibilitando maior permeabilidade entre players e fazendo o papel da experiência digital ainda mais importante para a manutenção dos negócios;
  2. Mapeamento de dados e integração entre sistemas legados: como sistemas legados falam línguas diferentes, armazenam informações distintas e em locais diferentes, realizar a padronização de tais dados e integração desses sistemas serão considerados grandes desafios;
  3. Compliance para o cumprimento dos prazos: o tempo é um grande obstáculo para a implementação do ecossistema de open insurance, visto que é dividida em três etapas e seus prazos, havendo uma grande preocupação para conseguir atendê-los.

Já para os consumidores, as vantagens que poderão ser vistas são: maior clareza acerca de quais informações pessoais estão sendo expostas e compartilhadas; maior autonomia na hora de escolher (ou cancelar) um seguro; seguros cada vez mais baratos e com maior qualidade.

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Pensando nas seguradoras, os prós são: maior competitividade entre as seguradoras, e com base nos insights oferecidos pela análise da concorrência, elas poderão melhorar seus produtos e serviços, além de reduzir seus custos; dados que viram informação, que por sua vez se transformam em conhecimento, e que podem gerar diferenciais competitivos; menor dependência de corretores de seguros e lojas físicas, já que, com a digitalização, a necessidade por espaços físicos diminui, e consequentemente também são reduzidos os custos de operação das empresas seguradoras.

Como os corretores de seguros serão impactados com o Open Insurance?

O conceito “figital”, que resumidamente, é a união da palavra físico com digital, pode ser aplicado aos mais diversos segmentos de mercado, à diferentes modelos de negócios que usam dos ambientes físicos e digitais para promover sua oferta de valor.

Com isso, o Figital estará presente nos desafios do open insurance, pois o corretor estará no centro de análise sobre o melhor produto para o seu cliente, além disso, continuará auxiliando no caso de sinistros, mas também, no acompanhamento da jornada do cliente, desde a contratação da apólice até a renovação – incluindo modificações necessárias durante esse período. Sendo assim, o design e a performance dos sistemas podem oferecer uma melhor experiência digital para o usuário, o que promove a fidelização de consumidores e parceiros do setor.

SISS e sua relação com o Open Insurance

O objetivo das Sociedades Iniciadoras de Serviços de Seguros (SISS) é agregar dados que poderão ser usados para o desenvolvimento de novos produtos. Seguradoras, corretores e corretoras poderão transformar-se em SISS atendendo alguns requisitos para credenciamento, porém, sabendo também que não é permitido às SISS reter quaisquer riscos de seguro, operar planos de previdência complementar aberta ou emitir títulos de capitalização.

A SISS já está regulamentada e desde novembro de 2021 está disponível para credenciamento dos interessados junto à Superintendência de Seguros Privados (Susep). Elas são componentes fundamentais para o open insurance que, em conjunto com os demais integrantes do mercado de seguros, trarão mais inovação e eficiência para o setor a partir das novas soluções de tecnologia de uso de dados compartilhados que serão responsáveis pelo surgimento de novos serviços e produtos que se adequem às necessidades dos consumidores.

As Sociedades Iniciadoras também poderão ser credenciadas como instituições iniciadoras de transação de pagamento, nos termos da regulamentação do Open Banking. Nesta hipótese, o patrimônio líquido mínimo exigido pela Susep deve ser complementar ao exigido pelo Banco Central do Brasil.

Agora, quanto à isenção de credenciamento, as sociedades supervisionadas participantes do Open Insurance podem prestar serviços de iniciação de independentemente sem precisar de credenciamento, precisando apenas comunicar à Susep da intenção de se prestar esse serviço 90 dias antes, e o credenciamento de uma SISS deve ser renovado no mínimo a cada cinco anos.

Entenda a relação da experiência do usuário (UX) com o Open Insurance

A ideia do UX passa por toda a jornada do cliente com um produto ou serviço, desde o primeiro contato com a marca, passando pelo consumo, e chegando até o pós-compra. Desta forma, a experiência do usuário, como o próprio nome sugere, tem foco total na percepção e usabilidade do usuário. Plataforma digitais intuitivas, fáceis de usar, que induzem determinados comportamentos dos usuários desejados pela empresa são aquelas que sobrevivem.

No mercado de seguros, e em todos os setores impactados pela transformação digital, a preocupação quanto à experiência do usuário será cada vez mais relevante para a conquista dos objetivos estratégicos das empresas. Cada vez mais as seguradoras que oferecem a melhor experiência com seus produtos digitais certamente terão ao seu lado um grande diferencial competitivo, que pode determinar o sucesso ou fracasso com as mudanças do Open Insurance.

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