Atenções voltadas à economia norte-americana

Semana será marcada para divulgação de indicadores nos Estados Unidos

A semana promete a divulgação de diferentes indicadores da evolução do nível de atividade da economia norte-americana. Nesta quarta-feira (30), serão conhecidos os resultados do PIB do segundo trimestre do ano e a geração de empregos no setor privado. Na quinta-feira (31), serão publicados dados de Gastos Pessoais nos EUA, o PCE. Finalmente, em 1º de setembro, serão conhecidos dados de emprego e desemprego naquele país.

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Como se sabe, a média das projeções de mercado contempla crescimento do PIB dos Estados Unidos acima das de outras economias desenvolvidas. A expectativa da MAPFRE Investimento é que a divulgações desses dados confirmem essa percepção de dinamismo da atividade econômica. A despeito desse disso, não há indicações de que o banco central norte-americano irá acelerar a velocidade de aumento da taxa básica de juros. Pelo contrário. Os últimos comunicados da autoridade explicitam a possibilidade de adiamento do aperto monetário, pois a inflação dá sinais de desaceleração. Fatores como aumento da produtividade, credibilidade da política monetária e menores barreiras à entrada estariam entre as motivações para esse comportamento dos preços.

Diante dessa perspectiva de maior gradualismo da política monetária, o dólar segue em depreciação perante outras moedas. Fatores políticos reforçam a perspectiva de debilidade da moeda norte-americana. Como se sabe, o Poder Executivo padece de crescente isolamento político. No âmbito interno, Donald Trump sofre renúncias entre seus principais assessores, resistências no próprio Partido Republicano, críticas da imprensa, diminuição do apoio empresarial, além de duas investigações com potencial de indiciamento sobre envolvimento russo nas eleições de 2016. No âmbito externo, sofre críticas inclusive de líderes de aliados históricos, como a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May. Caso tal isolamento político dificulte a aprovação pelo Congresso de aumento do teto da dívida pública até o final de setembro, o dólar poderá sofrer novas desvalorizações.

Como esse quadro afeta economias como a brasileira? Há pelo menos três aspectos positivos. Primeiro, o dinamismo da economia norte-americana favorece a continuidade da expansão das exportações mundiais, inclusive de economias emergentes. Segundo, o maior gradualismo da política monetária nos EUA beneficia fluxos de capitais, como investimentos diretos e em portfólio, para economias emergentes em busca de maiores retornos. Por fim, a desvalorização do dólar proporciona a elevação dos preços de commodities, em especial as metálicas. Sem dúvida, o quadro externo combina condições favoráveis para economias emergentes.

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Gestão

A semana que se passou foi de alívio para os investidores locais. Houve a aprovação da Taxa de Longo Prazo (TLP) e alteração das novas metas fiscais para 2017, 2018, 2019 e 2020. O mercado ficou animado também com um novo pacote de privatizações e concessões que devem ocorrer até o próximo ano. No mercado internacional, as tensões geopolíticas diminuíram, e o foco da semana foi para os comunicados do Federal Reserve e Banco Central Europeu, que preferiram não dar mais esclarecimentos sobre os próximos passos de suas políticas monetárias. Com isso, o real se desvalorizou frente ao dólar, 0,47% cotado a R$ 3,1590.

No mercado de ações, o destaque positivo da semana foi para as ações da Eletrobrás, que avançaram 43,81%, logo após a empresa divulgar fato relevante no qual pretende diminuir o controle estatal. Porém ainda faltam muitos detalhes para poder concretizar a venda da participação governamental na empresa. Pelo lado negativo, as ações da Cesp lideraram as maiores perdas da semana, com queda de 4,13%.

Já o mercado de renda fixa voltou a ficar animado após a aprovação da TLP e a divulgação do IPCA-15 de agosto. O dado de inflação apresentou variação bem abaixo das projeções de mercado e ajudou no movimento de queda das taxas, com os vencimentos mais curtos apresentando maiores quedas. Os destaques da semana foram: Jan18 queda de 18 pontos; Jan19 queda de 23 pontos; Jan21 queda de 12 pontos; Jan23 queda de 8 pontos; Jan25 queda de 3 pontos.

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