Pós-pandemia trará impactos no mercado de seguros

Executiva da Smartia Seguros aponta o desenvolvimento de novos produtos como uma das repercussões do período de pandemia

O pós-pandemia pode impactar no mercado de seguros, assim como em muitos outros segmentos, que terão que se adaptar à nova realidade financeira dos trabalhadores, pois muitos destes passaram meses sem salário ou com os vencimentos reduzidos. Porém, há pessoas otimistas quanto à recuperação das finanças, conforme. Em pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em junho, 49% dos entrevistados acreditam que as finanças voltarão ao normal em até um ano. Os mais otimistas (21%) acreditam que isso acontecerá em apenas seis meses.

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Em outro levantamento, entende-se que, num primeiro momento, os gastos principais serão relacionados com a moradia, pagamento de aluguel e contas de água e luz. Os serviços ficarão em segundo plano, mas eles serão consumidos.

O cenário esperado deixa claro que, em pouco tempo, deve haver uma retomada das atividades e que as pessoas conseguirão voltar a ter renda para utilizar não apenas em contas essenciais, mas em despesas diversas. As dívidas devem ser postergadas para quem deseja se recuperar financeiramente mais rápido, porém, algumas despesas podem ser vistas como investimentos ou uma maneira de se proteger em uma nova crise, como é o caso dos seguros.

O mercado de seguros foi bastante impactado pela pandemia. Enquanto o seguro Auto registrou quedas no período de isolamento, o seguro de Vida teve grande aumento na procura. Essa mudança de cenário reflete a necessidade das pessoas de acordo com o momento. E elas entenderam que ter um seguro de vida em um momento que em as pessoas estão correndo risco é necessário para amparar os familiares caso venha a ocorrer algo.

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Quem desejou um seguro durante a pandemia não teve dificuldade em contratar, pois os corretores passaram a exercer as suas atividades em home office, o que impediu que houvesse uma queda maior no setor. A pandemia pode impactar mercado de seguros principalmente em 2020, mas já é esperado que em janeiro de 2021 o setor comece a se recuperar.

Demandas pouco conhecidas

Na retomada das atividades deveremos notar que algumas práticas que foram intensificadas ou iniciadas na pandemia estarão presentes no cotidiano das seguradoras. Com a normalidade voltando, o mercado segurador deve estar preparado para atender a demandas antes pouco conhecidas ou procuradas, pois as necessidades da pandemia fizeram com que se descobrissem novos seguros.

Um exemplo claro é o seguro de Vida, posto que as pessoas se viram expostas a um risco e sabiam que poderiam serem afetadas por um vírus. Outra preocupação que surgiu é com relação aos perigos cibernéticos. Com mais tempo conectadas e realizando todas as atividades online, isso ficou bastante evidente. As empresas precisaram deslocar seus colaboradores para suas casas e as informações corporativas ficaram mais expostas.

O seguro cibernético, antes pouco conhecido, passou a ganhar notoriedade e deve ser consumido ainda mais, principalmente pelas empresas, assim que a economia começar a se estabilizar.

Seguros intermitentes
Revendo as contas, é possível perceber que não há necessidade de pagar por algo que não está sendo utilizado. O seguro Auto foi um exemplo claro para aqueles que deixaram seus carros na garagem por um longo período. Os seguros intermitentes, ou seguro auto pay per use, que até então eram desconhecidos, geraram interesse. Com eles é possível pagar apenas pelo tempo em que se precisa do produto. Exemplo: o seguro do carro será cobrado apenas enquanto o veículo estiver sendo utilizado. Apesar de ainda não haver essa modalidade de seguro para todas as coberturas, é possível que em um futuro próximo a demanda alta faça com que surjam novidades.

Negociações online
Vendas, informações e outras operações do setor de seguros estão sendo cada vez mais digitalizadas. Contudo, o corretor ainda terá um papel essencial. Ele deverá prestar um serviço mais consultivo, mesmo que remotamente. A internet deve ser o local em que consumidores e corretoras se encontrarão para fechar as negociações. Os corretores deverão estar atentos às necessidades dos consumidores e as seguradoras dispostas a criar novos produtos com rapidez para atender as demandas que venham a surgir.​

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